Investir em ações oferece diversas oportunidades dentro do mercado de renda variável, abrangendo uma ampla gama de estratégias. Independentemente do seu perfil de risco, é fundamental reconhecer o valor dos indicadores fundamentalistas como aliados valiosos.

Ao utilizar essas ferramentas, é possível obter uma compreensão mais profunda da situação das empresas de capital aberto, permitindo assim tomar decisões mais informadas sobre onde investir. No entanto, é crucial selecionar indicadores que sejam verdadeiramente representativos e capazes de indicar o potencial de sucesso da estratégia escolhida.

Portanto, explorar os indicadores fundamentalistas se torna essencial para maximizar as chances de sucesso e alcançar resultados satisfatórios ao investir em ações.

O que é análise fundamentalista?

A análise fundamentalista, adotada por investidores de longo prazo, é uma abordagem essencial para avaliar os fundamentos das empresas. Seu objetivo é examinar os pilares que sustentam a saúde e o desempenho das empresas.

Essa metodologia se baseia no uso de indicadores fundamentalistas, que atuam como ferramentas para medir o potencial e os resultados das ações no mercado. Por meio dessa análise estratégica, é possível obter informações concretas, realizar comparações e identificar as principais oportunidades de investimento.

A importância dos indicadores fundamentalistas

Os indicadores fundamentalistas desempenham um papel crucial ao diagnosticar a situação de uma empresa, avaliar sua saúde financeira e ter uma perspectiva quanto ao seu desempenho futuro. Eles fornecem uma visão clara do negócio em análise, sendo fundamentais para uma tomada de decisão informada.

Além disso, certos indicadores também ajudam a estimar o valor de uma empresa com base em fatores relevantes e sua condição econômica. Esse conhecimento permite avaliar se uma ação está sendo negociada acima ou abaixo do seu preço justo.

Portanto, o uso de indicadores é essencial para identificar boas oportunidades de investimento na renda variável e evitar armadilhas. Eles fornecem informações abrangentes que favorecem a tomada de decisões embasadas.

Muitos desses indicadores são ferramentas de medição objetiva, o que possibilita a comparação de valores. É possível cruzar informações de diferentes negócios dentro do mesmo setor para encontrar a melhor oportunidade de investimento, por exemplo.

Quando usar os indicadores fundamentalistas no mercado de Ações?

Devido às suas características distintas, os indicadores fundamentalistas são valiosos para analisar ações com uma abordagem de longo prazo. Portanto, eles não são adequados para especuladores que buscam lucrar com oscilações rápidas nos preços.

A análise fundamentalista permite compreender a situação presente e futura de uma empresa, avaliando se vale a pena manter suas ações em uma carteira de investimentos por um longo período. Por esse motivo, a análise fundamentalista é aplicada quando há interesse em investir em ações.

Esses indicadores são úteis tanto para iniciantes quanto para investidores experientes no mercado de ações. Eles também desempenham um papel importante no rebalanceamento da carteira, aproveitando novas oportunidades e ajustando o nível de risco de forma apropriada.

Os principais indicadores fundamentalistas:

Após entender por que os indicadores fundamentalistas e sua análise são importantes, é essencial saber quais devem ser as ferramentas usadas. Tudo depende das suas necessidades, das condições de mercado e do nível de risco que você está disposto a assumir.

Existem diversas configurações de indicadores disponíveis e, em geral, é recomendável combinar vários deles para obter uma análise consistente. A avaliação baseada em apenas um indicador pode fornecer uma resposta que nem sempre reflete a realidade.

Ao realizar uma avaliação conjunta com outros indicadores, é possível obter uma visão realista e abrangente da situação. Levando isso em consideração, é importante identificar quais são os indicadores fundamentalistas mais relevantes e compreender como calculá-los. Confira!

1. P/L (Preço / Lucro)

O índice P/L, também conhecido como Preço/Lucro, é um dos indicadores mais importantes e populares no mercado financeiro. Ele representa a relação entre o preço de uma ação e a capacidade da empresa de gerar lucros.

O cálculo é dado por: 

P/L = Preço atual da Ação / Lucro por Ação referente aos últimos 12 meses

O cálculo do P/L é simples: divide-se o preço atual da ação pelo lucro por ação dos últimos 12 meses.

A interpretação do P/L pode seguir diferentes direções. Um P/L alto pode indicar que o mercado está disposto a pagar um prêmio pelos lucros da empresa, especialmente se houver expectativas de crescimento futuro.

Mas também pode indicar que o lucro está muito baixo ou mesmo que a Ação está cara. Já um P/L baixo indica que o mercado está disposto a pagar menos pelos lucros da companhia.

É importante ressaltar que o P/L pode refletir uma situação momentânea e não necessariamente representar o valor real da ação. Portanto, é recomendável utilizar outros indicadores e buscar compreender por que o mercado se comporta de determinada maneira.

Para obter uma visão mais abrangente, vale a pena explorar a utilização de outros indicadores e investigar os fatores que influenciam o comportamento do mercado.

2. P/VPA (Preço / Valor Patrimonial por Ação)

Outro indicador relevante para avaliar a saúde financeira de uma empresa é o P/VPA, que compara o preço atual da ação com o Valor Patrimonial por Ação. Essa relação revela o quanto o mercado está disposto a pagar em relação ao patrimônio líquido da empresa.

A fórmula é a seguinte:

P/VPA = Preço atual da ação / Valor Patrimonial por Ação dos últimos 12 meses

Um P/VPA elevado geralmente indica que as ações estão sendo negociadas a um valor acima do patrimônio líquido. Isso significa que os investidores estão dispostos a pagar mais pela participação nos resultados desse patrimônio.

No entanto, um P/VPA alto também pode indicar uma supervalorização da ação ou um patrimônio líquido baixo, ou insuficiente em comparação. Por outro lado, um P/VPA baixo sugere que o mercado não está disposto a pagar muito pela ação, o que pode representar um preço descontado.

É importante considerar outros fatores e indicadores ao interpretar o P/VPA para obter uma visão mais completa da situação da empresa.

3. PSR = Preço da Ação / Receita líquida por Ação nos últimos 12 meses

Um resultado de PSR igual a 1 é considerado justo, pois significa que a empresa vale no mercado o que é capaz de gerar em termos de receita. Por outro lado, um PSR elevado pode indicar que o mercado está disposto a pagar mais, que o preço está excessivamente alto ou que a receita é insuficiente.

Por outro lado, um PSR baixo aponta para uma menor disposição por parte do mercado ou a possibilidade da ação estar sendo negociada com desconto.

4. DY (Dividend Yield)

Ao investir em ações a longo prazo, você pode obter lucros não apenas através da valorização do preço, mas também por meio do recebimento de dividendos, sendo a parcela dos lucros distribuída pelas empresas aos acionistas.

Ao realizar uma análise fundamentalista, é possível identificar quais são as empresas que oferecem os melhores pagamentos de dividendos. Nesse sentido, o indicador utilizado é o Dividend Yield.

Esse indicador mostra o potencial de pagamento de dividendos em relação ao valor investido para adquirir as ações. Ele também permite comparações entre empresas do mesmo setor, por exemplo.

A fórmula do Dividend Yield é a seguinte:

Dividend Yield = Proventos pagos por ação nos últimos 12 meses / Preço por ação

Um resultado elevado indica que a empresa ofereceu um pagamento significativo para cada ação adquirida. No entanto, é importante ter cautela.

Um resultado mais alto pode ser resultado de uma queda no preço das ações ou representar uma distribuição de dividendos pontual que não será sustentada no longo prazo. É necessário considerar outros aspectos e informações antes de tomar uma decisão de investimento baseada apenas no Dividend Yield.

5. DP (Dividend Payout)

Embora também avalie o pagamento de dividendos, o Dividend Payout difere do Dividend Yield. Neste caso, sua função é compreender a relação existente com o lucro da empresa no período.

Para realizar essa avaliação, a fórmula é a seguinte:

Dividend Payout = Proventos pagos por Ação nos últimos 12 meses / Lucro por Ação nos últimos 12 meses

Mais uma vez, um valor mais alto pode indicar que a empresa tem uma política mais generosa de pagamento de dividendos em comparação com concorrentes do mesmo setor, por exemplo. No entanto, é importante observar de perto o valor do lucro líquido, pois se ele for muito baixo, isso afetará o resultado da fórmula.

6. DB/PL (Dívida Bruta / Patrimônio Líquido)

Além dos indicadores fundamentalistas, é interessante utilizar múltiplos para obter uma avaliação mais abrangente. Esses múltiplos geralmente analisam a relação entre dois indicadores para fornecer uma visão mais completa. Um exemplo é o múltiplo que considera a dívida bruta de uma empresa em relação ao seu patrimônio líquido.

Resultados mais altos indicam que o negócio está enfrentando uma situação financeira potencialmente complicada. Isso significa que o endividamento é alto, o patrimônio é baixo ou ambos.

Por outro lado, valores mais baixos podem indicar um nível maior de saúde financeira. Esses valores podem ajudar a orientar as decisões dos investidores.

7. ROE (Return on Equity = Retorno sobre Patrimônio Líquido)

O ROE, também conhecido como Retorno sobre Patrimônio Líquido, é um dos indicadores fundamentalistas mais relevantes. Ele permite avaliar a capacidade de uma empresa em gerar resultados com base no seu patrimônio líquido.

A fórmula para calcular o ROE é a seguinte:

ROE = Lucro líquido no período / Patrimônio líquido no período

Um valor elevado de ROE é geralmente desejável, pois indica que a empresa é eficiente em transformar seu patrimônio em lucros. No entanto, é importante considerar se o patrimônio líquido não é muito baixo, pois isso pode distorcer o resultado.

Ao avaliar o ROE, é recomendado comparar empresas do mesmo setor, para evitar análises enviesadas. Dessa forma, é possível identificar aquelas que apresentam maior capacidade de gerar resultados em relação ao seu patrimônio atual.

Ao utilizar os indicadores fundamentalistas de forma estratégica, é possível encontrar as melhores oportunidades de investimento. Assim, você poderá aproveitar o potencial das ações no mercado de valores mobiliários.

Após conhecer os principais indicadores, é importante saber como avaliar ações para investimentos e tomar decisões informadas.

8. CFS (Cash Flow/Share)

O termo CFS, ou Cash Flow/Share, representa a Geração de Caixa por Ação. Esse indicador analisa a quantidade de dinheiro que uma empresa é capaz de gerar em seu fluxo de caixa, levando em consideração o total de Ações relacionadas à companhia.

A fórmula é a seguinte:

CFS = Geração de caixa obtida pela empresa / Número total de Ações

Em geral, um valor mais alto para o CFS pode ser considerado favorável, pois indica uma maior capacidade de geração de resultados no fluxo de caixa. No entanto, é importante avaliar o volume de Ações negociadas em comparação.

9. EV (Enterprise Value ou Valor do Negócio)

É fundamental ter conhecimento do valor de mercado de uma empresa tanto em momentos de fusão e aquisição quanto ao considerar investimentos. Afinal, quanto maior a capitalização, mais sólido tende a ser o negócio, transmitindo um maior nível de segurança.

O Enterprise Value (EV) ou valor da empresa é um dos indicadores fundamentalistas mais relevantes, pois representa exatamente esse valor.

Existem diversas maneiras de calcular o EV, levando em consideração os ativos e passivos da empresa. Uma das fórmulas é a seguinte:

EV = Valor de mercado da empresa + Dívida líquida – Valor em caixa da empresa

No entanto, há uma forma ainda mais simples de obter o resultado. Veja:

EV = Cotação atual da ação x Número total de ações

As empresas com maior capitalização são conhecidas como Large Caps ou Blue Chips, enquanto as de média capitalização são chamadas de Mid Caps, e as de baixa capitalização são classificadas como Small Caps. Essa característica pode ser utilizada como um critério ao tomar decisões de investimento, de acordo com sua estratégia.

10. EBITDA (Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization)

O termo EBITDA significa “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization”, ou seja, representa o lucro obtido antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. É comumente conhecido como lucro operacional.

É importante analisar a Margem EBITDA para compreender essa capacidade de lucratividade em relação à receita. A fórmula para calcular a Margem EBITDA é:

Margem EBITDA = (EBITDA no período / Receita operacional no período) x 100%

Geralmente, a margem EBITDA será inferior a 100%. Quanto mais próxima desse valor, maior é a lucratividade do negócio. No entanto, é necessário ter cautela ao usar esse indicador, pois ele pode não considerar as dívidas e seus impactos nas finanças e na segurança do negócio.

oVacilo
Dono da porra toda

Um jovem idoso de outro planeta trazendo o que há de melhor e útil para os seres vivos. Segue a página oficial no Instagram @thevacilos ..

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